Joana, Susana, Alexandra, Vanessa, Andreia e Ana. Seis nomes fictícios, seis relacionamentos intensos, cada um com a sua história, o seu veredito. E assim se prova (?) que é sempre possível amar, de corpo e alma, como da primeira vez.

Um romance envolvente onde não falta o amor ardente, o crime e o mistério. E sempre, sempre… o eterno desejo do poder.

Diarinhando insere-se, com justeza, no património dum Diário, espécie narrativa de característica intimista e, não raro, confessional, em que a memória de pessoas, de acontecimentos, de espaços, etc., acaba por privilegiar a revelação de pensamentos, sentimentos e até de segredos, sejam eles do passado a que se reporta a memória, sejam do presente, isto é, fruto da reflexão proporcionada pelo momento da escrita. Tudo isto podemos encontrar na narrativa de Diarinhando.
“Está aí alguém?... Está aí alguém?... Alguém?...” – Estas são as palavras que, num ato deliberado de consciência, foram escolhidas para o início da presente narrativa. Mais do que a reconstituição do final do sonho da noite anterior, sem final feliz – em que a palavra alguém, indefinido na sua gramaticalidade e na sua natureza semântica, nos soa, na sua realização fonética, como um eco que se desvanece à justa medida em que se repete –, são a reminiscência dum subconsciente que deseja, quase obsessivamente, a concretização de um Happy End, quiçá ao alcance de um horizonte que, por mais que se navegue na sua direção, permanece sempre como horizonte e sempre à mesma distância.
Em relação aos recursos estilísticos de que se serviu Maria Clara Miguel, que muito contribuíram para a expressividade da linguagem, logo para a valorização estético-literária do livro, encontramos com alguma abundância: anáforas, antíteses, comparações, elipses, enumerações, gradações crescentes, metáforas e imagens, múltipla adjetivação, neologismos, perguntas de retórica, pleonasmos (com expressividade reiterativa), reiterações, sinestesias, uso do advérbio de modo ao jeito queirosiano.
Direi que estamos diante de um livro que, pela particularidade narrativa do suspense e da surpresa, tem a feliz singularidade de nos seduzir. Seduzir não só dia após dia, mas página após página. Considero a sua leitura um verdadeiro fascínio.

Título perfeito. Perfeito porquê? Porque nele vivem as linhas principais de ação, as temáticas que o autor privilegia e as linhas sub-reptícias que vivem imersas na narrativa e das quais, muitas vezes, o próprio autor não tem consciência.

Livro fantástico, a meu ver dos melhores que escreveu.

Em Sementes de Algodão, Rui Campos brinda-nos com as memórias de um tempo de infância e de juventude, memórias que lhe deixaram marcas que, insistentemente, foram fervilhando na sua mente para que as transmitisse como testemunhos de um tempo único e concreto, carregado de descobertas e sensações variadas.

Maximina Girão

Um sorriso comprado:

Um livreiro e uma menina, cega, de idade avançada, que canta o fado como ninguém. E uma menina, mais nova, que a acompanha à guitarra, e um jornalista, que aprecia a escrita como o ar e a liberdade que respira. E a paixão que ganha forma, numa cidade (o Porto?), na primeira metade do século XX, ameaçada pela repressão.

Um romance onde cada palavra vale por mil imagens e se prova que, afinal, comprar um sorriso pode valer a pena.